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Então CompartilheÊkev, literalmente significa "calcanhar." Uma tradução simples do versículo introdutório seria, portanto: "E será nos calcanhares de seu cumprimento dos mandamentos… que D'us cumprirá Sua aliança e Sua bondade que Ele prometeu aos seus antepassados."
Rashi cita um Midrash, “que se você for cuidadoso em observar os mandamentos que as pessoas normalmente esmagam sob os calcanhares, então o Todo Poderoso cumprirá Suas promessas a você”. À primeira vista, isso significaria que se você for tão cuidadoso em cumprir até mesmo as minúcias da Torá, então as recompensas ilimitadas de D'us serão suas.
Entretanto, o que isso quer dizer é: A recompensa vem por cumprir as "menores" mitsvot e por não fazer distinção entre elas e aquelas consideradas mais "sérias".
O que define o aprendizado não é a resposta, mas a pergunta, eis algumas importantes. Por que não deveríamos distinguir entre elas? Seria justo determinar que a recompensa vem por realizar as "menores" mitsvot da mesma forma que ocorre com o cumprimento das mais 'sérias"? Além disso, qual é a definição de uma mitsvá que alguém "esmagaria sob o calcanhar?” Finalmente, por que nossos sábios selecionam o calcanhar como oposto a nomear todo o pé como o culpado que tão impiedosamente pisoteia a palavra de D'us?
O calcanhar representa a afirmação do homem sobre a terra. Como diz o versículo: "Os céus pertencem a D'us, mas a terra foi dada à Humanidade" (Tehilim 115:16). É ele, o calcanhar, que dá inicio a caminhada, bem como nos conecta a terra e de sermos co-participantes com HaShem na construção de uma sociedade onde a justiça d’Ele possa ser manifesta em todos os relacionamentos com a Sua criação. A conexão com a terra através do calcanhar incentiva o homem a ser proativo na busca de seus objetivos. a Torá foi criada por D'us para o aperfeiçoamento da humanidade.
Se a nossa atitude para com a Torá é meramente utilitária, e que temos o direito de escolher o que é melhor para nós e, portanto, escolhemos a Torá, pode-se prontamente entender como aquelas mitsvot que não proporcionam os maiores benefícios possam ser "varridas para debaixo do tapete" em favor das "grandes mitsvot".
Isso nos ensina que não temos quaisquer direitos em escolher de quais mitsvot gostamos ou não, e reconhecemos que D'us nos abençoou com a oportunidade de servi-Lo quando guardamos Sua Torá nos agarrando a oportunidade de cumprir qualquer mitsvá, independente de seu "valor" percebido.
Outro grande ensinamento revelado nesta porção, é o adjetivo carinhoso com que Moisés se refere a Eretz Israel, chamando-a de “boa”, vejamos a citação de Devarim 8:7-9: “Porque o Senhor teu Deus te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas;Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel.
Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre.”
Percebe-se que Moisés conteve-se em sua descrição, ribeiros e fontes, mas não rios, as sete espécies que a Eretz Israel foi abençoada: trigo, cevada, uva, figo romã, oliva e tâmara, mas não as outras frutas da terra, menciona também o ferro e o cobre, e deixa de lado o ouro e a prata, para o resto do mundo. O que ele quer enfatizar aqui é que Israel é uma terra espiritual, que transcende a ganancia do que o mundo proporciona.
Ribeiros, fontes e vales, para suscitar a sabedoria no povo e enraizar em seus corações que a boa safra depende das águas da chuva, que enche os vales e as fontes, numa dependência plena da misericórdia Divina. Aludindo que é impossível caminhar neste mundo por si só, sem D’us.
As riquezas do mundo fascinam o homem, na antiguidade o Nilo que regava e trazia a riqueza, foi transformado em divindade, nos dias de hoje é o petróleo, o dólar o poder e a diversão.
O cobre e o ferro são metais de necessidades primárias apenas para instrumentos de trabalho e utensílios domésticos, enquanto a prata e o ouro são luxos e servem ao orgulho e a vaidade humanas. A arrogância e a inveja se contrapõem aos sublimes conceitos da Torá, por que afastam o homem do caminho da felicidade, atropelando a espiritualidade interior.
A riqueza não reside nos bens, ou nos cofres dos bancos, a verdadeira prosperidade reside na inexistência de necessidade; quem é rico? Aquele que nada lhe falta, e tem saúde para desfrutar de tudo o que D’us lhe dá.
Como será possível preservar este tipo de satisfação, que abdica dos luxos, e se estabelece na humildade, que evita os materialismos e o substitui pela felicidade que emana das experiências espirituais? A resposta foi revelada por Moisés no verso que encerra esta descrição da Terra Prometida: “E comerás e te fartarás, e louvarás ao Eterno, teu D’us, pela boa terra que te deu.”Devarim 8:10.
O segredo reside na benção: “O que torna agradável a vida do devoto, fortalecendo-o, acrescentando prazeres ao seu prazer, é a obrigação de abençoar, pois ele é obrigado a abençoar tudo que usufrui do mundo.”Cuzari, de Rabi IehudaHalevi, III, 13
Pois o homem que abençoa, sabe que não é merecedor de tudo, não se revolta se lhe falta algo dos prazeres da vida, mas reconhece o valor e fica contente e se satisfaz com tudo que consegue da vida.
Shabat Shalom
Bibliografia
De Pernas Para o Ar - Por Rabi Lee Jay Lowenstein, em Chabad.org
Reflexões sobre a Torá – Rabino Moshé Grylak
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