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Então CompartilheOuvindo os conselhos de sua mãe, Yaacov sai de Beer-Sheva e vai para Charan, na casa de seu tio Labão (Bereshit 28:10).
O Midrash (Ialcut 117), trazido pelo Rabino MeirMatzliahMelamed, de bendita memória, em seu comentário sobre a Torá, destaca a importância de as Escrituras ter mencionado “E Jacob saiu de Beer-Shéva”, pois denota que, quando um Tsadic(homem justo) sai da cidade, com ele saem o brilho, a glória e o ornamento. Explica ainda que a saída de um justo de um lugar deixa sua marca, pois durante o tempo em que o justo está na cidade, ele é a sua glória, ele é o seu esplendor, ele é a sua grandeza. Quando ele sai de lá, a sua glória vai embora, o seu esplendor vai embora e sua grandeza vai embora. Por isso, a necessidade dea Torá mencionar que ele saiu.
Diante da ameaça, aborrecimentos e afrontas do seu irmão Essav, Jacob viu-se obrigado a seguir o que sua mãe lhe ordenara. Observa-se que, o desvio de caráter que Essav possuía causou grandes mudanças na história do povo judeu. Hoje em dia, ainda vemos as atitudes de Essavse proliferando entre os homens, causando separação e desarmonia, mesmo hoje estando em um Estado de direito.De fato, as personalidades de Yaacov e Essav nos fazemlembrar que O Eterno nos abençoou com o poder da escolha: “O princípio do livre-arbítrio é que assegura a possibilidade do bem e do mal da raça humana, permitindo que alguns dos seus membros sejam bons, e outros, maus” (OCaminho de Deus, de RabiMoshéChaimLuzzatto).
Somos os únicos ser capazes de escolher quais caminhos devemos seguir. Então, sim, somos responsáveis por nossas escolhas e cada passo que damos, assim como ocorreu com Essav e Yaacob teve consequências. Hoje em dia, não é diferente pra nós.
Durante o caminho que chegaria aCharan, a Torá menciona que Yaacov encontrou um lugar para dormir (Bereshit 28:11). Esse lugar, conforme o Rabino MatzliahMelamed, de bendita memória, foi a demarcação do lugar a fim de criar um santuário. Segundo nossos sábios, esse lugar é o mesmo Monte Moriá, onde outrora Abrahão iria sacrificar seu filho e onde mais tarde seria construídos osTemplosde Jerusalém.
“[...]E tomou das pedras do lugar e as pôs à sua cabeceira e deitou-se naquele lugar” (Bereshit 28:11).
O Midrash comenta que houve uma disputa entre as pedras já que cada uma queria que a cabeça de Jacob repousasse sobre ela. Que exemplo essas pedras nos trazem? Mostra como devemos ser hospitaleiros, sensíveis e generosos com quem esteja precisando da nossa ajuda. Uma grande lição de amor ao nosso semelhante!
Chega o momento do sonho de Jacob(Bereshit 28-12). Um sonho profético: eis que surge uma escada com anjos subindo e descendo por ela. Yaacov estava exilado, e a preocupação sobre o seu destino o atormentava. E no sonho,o Eterno fala com Yaacovinformando que a semente deste será como o pó da terra, e o fortalecerá, e por ele serão benditas todas as famílias da terra e sua posteridade (Bereshit 28-14).
No sonho, D’us desvende o destino não só de Yaacov,mas tambémdos seus descendentes.Com base na opinião do Midrash explicada pelo Rabino MatzliahMelamed em seu comentário em “12. E sonhou” (página 72 da Torá de Moisés, Editora Sêfer), a escada simboliza o tempo, os anjos que sobem e descem são os protetores celestiais dos grandes impérios que surgiram na história. Sendo que, Israel por todos eles passará e sofrerá. Mas, O Eterno acalma Jacob de sua preocupação, reafirmando a aliança eterna que Tem com Israel. Assim, qualquer outra geração aparece ou desaparece, mas Haárets Israel perdurará eternamente.
Faz -se necessário informar as palavras de Yaacov após despertar do sono (Bereshit 28-16):“D’us está verdadeiramente neste lugar, mas eu não sabia”. A explicação dessa fala diz que se ele soubesse que lugar era aquele, não teria dormido, pois tratava de um lugar muito sagrado, conforme o MidrashBereshitRabá. Yaacov tinha o costume de estudar à noite, não é à toa que a oração da noite (Arvit) foi instituída por Yaacov(MidrashRabá 88:9, Talmud Bavlí –Berachot 26b).
A resposta de Yaacov foi imediata:estabelecer um santuário para D’us naquele lugar e chamou de “Beth El”. Mediante esse ato, garantiu seu lugar na linhagem dos pais espirituais e manteve-se para sempre longede todo paganismo. Casou-se com as duas filhas do irmão de sua mãe, correspondendo assim à intuição de Rebeca em relação ao seu caráter e às suas esperanças para o futuro.
Importante frisar o papel que a mulher no judaísmo tem, tendo como grande exemplo as matriarcasRaquel e Léa, esposas de Jacob. Os sábios viram as duas irmãs como os dois lados da vida, conforme ensina Tamar Frankiel em seu livro “A voz de Sara”.Em seu caráter com Jacob, cada uma representa uma dimensão diferente do amor: a do relacionamento físico e a espiritual. Os sábios descrevem vividamente: Raquel foi a amada de Jacob nesta vida; Léa foi sua esposa para a eternidade.A mulher no judaísmo é chamada de “A filha do Rei”, como bem diz o salmista, “a glória da filha do rei está no seu íntimo” (Salmos 45:14). E Raquel voltou-se para seu íntimo e clamou, pediu eorou ao Criador por filhos e D’us atendeu as suas preces.
Quando Mashiach finalmente chegar, na iminente Redenção mundial, nós seremos conduzidos de volta paraÉrets Israel, passando pelo túmulo de Rachel, assim como nossos antepassados passaram por ele quando estavam a caminho do exílio na Babilônia. Nessa ocasião, foi a alma de Rachel que rezou por eles e os encorajou, como nos ensinou o Rebe de Lubavitch no livro “Uma parceira na dinâmica da criação”. E mais uma vez será ela que rezará por nós na futura redenção.Já Léa, o Talmud comenta que “desde o dia em que O Santo Bendito Seja criou O Seu mundo, ninguém lhe havia agradecido, até que Léa veio e lhe agradeceu” (Berachôt 7b).
Interessante informar que quando O Eterno falou a Moshésobre o recebimento da Torá, Ele ordena que seja primeiro entregue à Casa de Yaacov, representando as mulheres judias e os filhos de Israel,os homens (Rashi sobre Shemot 19:3). Essa prioridade lembrao cuidado do Eterno com as mulheres e o valor que o judaísmo dá as mulheres.
Por fim, torna-se imprescindível após o desfecho da história de Yaacovdestacarque não será pelo mérito dos homens que D’us nos trará de volta para casa, nem por causa das provas de Abraão, ou da devoção de Isaac ou pelos anos de luta e solidão de Jacob. Será por meio dos soluços de uma mulher. São as coisas do coração, do relacionamento, dos laços que nos unem uns aos outros, nesta terra, esses são os tesouros de Raquel, conforme ensina Tamar Frankiel, em seu livro “A voz de Sara”. Portanto, que possamos caminhar atentos aos detalhes, que nos aparecem ao longo da nossa jornada, são eles que trazem mensagens significativas para nossa vida, assim como ocorreu com Jacob em seu sonho.
Estava Jacob com medo, mas atento e possuía uma grande virtude: prontidão! Que a determinação da matriarcaRaquel em busca do objetivo sempre esteja presente em nossas vidas, confiando que tudo vem de HaShem. Que façamos igual à matriarca Léa, que foi grata, pois a gratidão torna o caminho mais leve.
ShabatShalom!
REFERÊNCIAS
A voz deSara: Espiritualidade feminina e judaísmo tradicional, de Tamar Frankiel. Editora: Maayanot; 2000.
O caminho de D’us e Um ensaio sobre os fundamentos, de RabiMoshéChaimLuzzatto; traduzido para o inglês por Aryeh Kaplan. 2 Ed. São Paulo: Maayanot, 2011.
Uma parceira na dinâmica da criação – A condição da mulher nos Ensinamentos do Rebe de Lubavitch, Rabino Menachem M. Schneerson.2003.
Tehilim – SêferTehilimOhelYossefYitschak. Editora: BeithLubavitch 2014.
Torá- A lei de Moisés. Editora. Sêfer. São Paulo. 2001.
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