✓
Mensagem enviada com sucesso!
Prezado(a) NOME. Obrigado por entrar em contato,
Informamos que recebemos sua mensagem, e que vamos responder o mais breve possível.
Atenciosamente kolenu.
FECHARGostou do Conteúdo?
Então CompartilheO povo judeu se estabeleceu na Península Ibérica no século I EC, quando, após a invasão de Jerusalém pelos romanos, em 70 EC, ocorreu a sua segunda grande diáspora.
A história dos judeus nesta região é uma história de 1.500 anos, até o momento em que foram forçados a se converter ao cristianismo ou a deixar a Península Ibérica. A região onde se estabeleceram, Hispânia, era chamada de Sefarad - daí a denominação desse grupo de judeus como sefarditas. Portanto, a partir do primeiro século, eles já estavam em Sefarad organizados em comunidades.
Nestes 15 séculos, as comunidades judaicas da região viveramsob vários domínios: (Romanos; visigodos; muçulmanos e sob os reinos cristãos).
A política antijudaica atingiu seu pico em 1492, quando os reis católicos da Espanha deram aos judeus as alternativas de conversão ao cristianismo ou expulsão do reino. Assim, o édito de expulsão foi expedido no dia 31 de março daquele ano, com prazo até o final de agosto para que sairem, sendo que estavam proibidos de transportar qualquer metal precioso.
Desde 1478, já existia um tribunal da Inquisição operando na Espanha, com a preocupação exclusiva de monitorar judeus convertidos, verificando sua fé e comportamento –assim, milhares foram presos e mortos. Portanto, o Norte da África, Turquia, Bálcãs e Portugal permaneceram como opções de fuga para que pudessem viver sua fé e costumes. Sendo assim, muitos judeus preferiam a conversão, apesar do perigo que enfrentavam, já que o Tribunal do Santo Ofício já estava em pleno funcionamento desde 1478, tendo prendido e condenado milhares de pessoas.
A grande maioria dos judeus foi para Portugal, uma vez que o rei D. João II se ofereceu-lhes autorização para ficar por oito meses, exigindo uma taxa per capita, bem como prometeu ajudá-los após o término desse período com embarcações. No entanto, foram enganados por D. João II, que não os ajudou com os barcos e, cruelmente, vendeu os mais pobres como escravos. Alguns que conseguiram fugir foram para Itália, Norte da África, Bálcãs, Grécia e Turquia.
Sobre o número de judeus que deixaram a Espanha, os autores divergem. Segundo o cronista dos reis católicos, Bernaldes, saíram 90 mil. Para o cientista judeu Abraham Zacuto, eram 120 mil. A antiga comunidade judaica em Portugal, adicionada ao fato dos que chegavam da Espanha, representava, a partir de 1492, cerca de 10% da sua população.
O Rei D. João II usou de enorme crueldade ao ordenar que pegassem à força os filhos dos judeus dos 2 aos 10 anos e os enviassem para São Tomé, uma região deserta da costa africana, denominada “Ilhas Desertas”.
O monarca morreu sem herdeiros. Seu filho, D. Alfonso, ficou noivo da princesa da Espanha, D. Isabel. Afonso morreu após uma queda de um cavalo, voltando a viúva à Corte de seu pai. Com o trono de Portugal vazio, o Duque de Beja tornou-se rei, com o título de Rei Manuel I e pediu a mão da filha de reis católicos, por razões políticas.
Fernando, rei da Espanha, percebeu a falta que fazia a mão de obra e a atividade da burguesia judaica na Espanha. Por isso, foi imposto, como cláusula ao casamento da filha com o monarca português, que este reino fosse purificado dos "infiéis", árabes e judeus.
D. Manuel aceitou as condições impostas pelo rei católico e assinou o decreto de expulsão dos judeus a 5 de dezembro de 1496. Tal como na Espanha, foi dada a opção da conversão ao cristianismo.Também determinou que todos os filhos de judeus menores de 14 anos fossem dados a famílias cristãs para serem educados na doutrina cristã.
O rei ficou surpreso com o grande número de judeus que escolheram o exílio para não se converterem. Um êxodo tão grande dos judeus prejudicaria demasiadamente a economia portuguesa, visto que os judeus eram uma força de trabalho vital para o reino.
Em abril de 1499’, ele ordenou que nenhum judeu deixasse o reino, forçando todos a se converterem ao catolicismo. No édito da conversão havia uma diferençaentre mouros e judeus, uma vez que todos estes obrigatoriamente foram forçados a se converter.Sendo assim, muitos convertidos procuraram deixar o reino, principalmente para a Itália, Holanda, Norte da África, Grécia e Turquia.
Em Portugal, a tradição herética foi mais pronunciada à medida que um grande número dos chamados "batizados em pé" foi formado - isto é, judeus adultos que foram batizados à força.
Após a morte de D. Manuel em 1521, João III, seu filho, deu início a uma perseguição persistente e cruel aos Cristãos-Novos Portugueses. O rei queria convencer o Papa da necessidade de uma corte para controlar o comportamento dos convertidos, como a que já existia na Espanha. Após longas negociações entre o monarca e o papa, a bula estabelecendo a Inquisição foi autorizada definitivamente em 23 de maio de 1536 pelo Papa Paulo III, sendo todos os privilégios anteriores e éditos favoráveis aos convertidos anulados.
Como forma de continuar praticando o judaísmo, ainda que em segredo, os cristãos-novos seguiram em direção às colônias da Espanha e Portugal nas Américas, onde puderam ter breves momentos de tranquilidade, antes do início da atividade da Inquisição naquelas regiões.
Referências:
HISTORIA DOS CRISTAOS-NOVOS NO BRASIL - 1ªED.(2017)organizador: Centro de Historia e Cultura Judaica.
Gostou do Conteúdo?
Então Compartilhe